Assista ao filme “Os últimos passos de um homem”, dá para parar pra pensar (wow!) que nunca se consegue ser justo com todos, ou agrada-se gregos ou troianos.
Trata-se da história de uma freira que recebe o pedido de um detento que se encontra no corredor da morte de ajudá-lo a se livrar de tal penalidade. A irmã de espírito caridoso atende ao pecador que a procura, já que segue os passos do compadecido Jesus Cristo. No entanto, depara-se com a família da vítima do criminoso, o qual fez de suas vidas uma total calamidade devido ao ato desumano que cometeu.
A pobre irmã religiosa que tenta ser boa com todos fica confusa com isso, mas acaba seguindo em frente por lembrar que mesmo seu Mestre não foi de certa forma agradável a todos.
No filme, a personagem agiu de forma ética ao não prejudicar ninguém e tentar controlar os dois lados.
No primeiro instante, pode-se dizer que ninguém mesmo quer ou precisa ser bom o tempo todo. O que não deixa de ser óbvio para muitos é, no entanto, uma questão delicada para aqueles que acreditam que um mundo novo só é possível desde que todos sejam capazes de agirem com boa fé.
Pena que o agir de boa fé seja algo tão relativo.
Quantas besteiras o homem já fez tentando agir de boa fé. Einstein descobriu uma nova forma de se obter energia que acreditou ele ser um instrumento incrível para a humanidade, mas eis que surgiu a ambição de terceiros que transformou sua descoberta em uma terrível arma que se tornou uma grande dor de cabeça para todos até hoje. Se o físico soubesse o que provocaria talvez não tivesse revelado sua descoberta, pois não tinha a intenção de fazer o mal, mas sem querer o fez de forma indireta.
Pior que isso é aqueles que, mesmo podendo, nunca tentam ser, no mínimo, compadecidos.
Aos que defendem o sistema econômico-político capitalista por ser democrático e permitir que um cidadão possa ambicionar uma vida confortável é porque não conhece ou mesmo não se sente tocado pelos semelhantes que não têm a opção de escolha por uma vida digna e a ambição torna-se a estes um castigo. E se ainda dizem ‘quem trabalha alcança’ conhece menos ainda o sistema que apóia, pois nunca deve ter ouvido falar em Mercado onde dita-se a Lei da Oferta e da Procura. Não sabe que a balança de tal modelo é sustentada de um lado por uma maioria fraca que se equilibra com o lado de uma minoria dos que têm a vida confortável que eles ambicionam.
Por outro lado, os que gritam pelo socialismo ignoram as barbaridades que um sistema autoritário acaba fazendo. Pois, mesmo sendo coniventes com um modelo econômico mais justo em distribuição de renda, as pessoas também prezam pela liberdade que não deixa de ser também uma necessidade primária do ser humano.
Não dá para ditar os outros modelos sócio-econômico-políticos, pois foram somente lembrados os dois mais comumente discutidos para um breve exemplo de que existem pequenos detalhes que provam que a justiça plena é difícil de ser alcançada.
A porcaria do dinheiro unido ao livre arbítrio faz com que se perca a noção de bondade e justiça e daí não dá para ficar tentando. O negócio é ser bom até onde der respeitando primeiro a si mesmo, porque no final sempre vai ter alguém descontente.