terça-feira, 30 de junho de 2009

JINGLES PUBLICITÁRIOS: A MÚSICA NA PROPAGANDA?

“Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles, pão com gergelim”. Ao ouvirmos essa pequena música, logo nos vem à cabeça o Big Mac do Mc Donald’s, mas em nenhum trecho dela remete a isso. Eis então o sucesso no objetivo principal dos jingles publicitários: fazer com que se lembre da marca sem dizer necessariamente o nome dela.
Jingles são slogans de propaganda com uma melodia e têm o intuito de serem lembrados. São feitos claramente para a divulgação publicitária, podendo conter as características do produto ou serviço, número de telefone ou qualquer outra coisa que possa ser remetida facilmente à marca.
Surgiram por volta dos anos 1920 como forma de driblar a proibição de publicidade direta nos rádios. O primeiro que se tem notícia foi a música de uma banda chamada Wheaties Quartet que dizia a favor do cereal matinal General Mills. Na época, a fábrica de cereais estava quase fechando quando seus executivos perceberam que houve uma procura maior por seu produto nas cidades onde tocava-se a música, resolveram então comprar seus direitos e divulgá-la em todo o país fazendo com que a marca se reerguesse. Isso aconteceu em 1926 no estado de Minnesota, EUA.
Os jingles são eficazes na sua tarefa pelo seu aspecto. Estudos comprovam que a música é um elemento marcante na vida do ser humano, usando dessa característica, os publicitários buscam atingir as emoções e fazer com que, ao ouvir a cantiga publicitária, as pessoas a remetam a algum momento importante da sua vida e, assim, acabam por torná-la inesquecível.
Outro fato que faz com que os jingles permaneçam na nossa memória é sua característica de earworms, expressão usada para canções que não saem do nosso cérebro por apresentarem peculiaridades que as tornam difíceis de esquecer, como trechos curtos, repetitivos e com muitas rimas. Tais earworms são melodias agradáveis e fáceis de lembrar e têm cerca de 15 a 30 segundos de duração, podemos encontrá-los em canções populares, são aqueles trechos que não conseguimos tirar de jeito nenhum da cabeça. Tal fenômeno também é conhecido por Síndrome da Música Repetitiva e chega a afetar muito as pessoas que sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo.
O criador do jingle deve se ater a essas características para conseguir atingir seus objetivos sem desagradar o público, pois, mesmo que não se esqueçam da música, pode acabar conseguindo o contrário do que se deseja, ou seja, o repúdio ao slogan e, talvez, à marca. Mesmo que não saibamos de alguém que deixa de comprar um produto porque odeia seu jingle, conhecemos muitos jingles ao qual não gostamos.
O jingle não precisa ser necessariamente algo inédito, pode ser paródia de uma música conhecida. Geralmente, utiliza-se de hits que fazem sucesso na época da divulgação, assim, como as pessoas já memorizaram a canção fica bem mais fácil memorizarem o jingle. Um exemplo são as propagandas da marca Assolan que utilizou de diversos grupos musicais que estavam fazendo sucesso e as parodiou com características da sua palha de aço, entre as bandas que tiveram suas canções parodiadas pela marca estão Rouge e Calypso.
Como se pode observar, os jingles não são simplesmente pequenas canções engraçadinhas para o público gostar e lembrar-se da marca, eles têm o propósito claro de buscar entrar na mente das pessoas e não sair mais de lá, influenciando de certa forma na escolha de um produto. Tal objetivo é alcançado quando seus criadores conseguem fazê-lo parte da vida de seu público. Então, quando lembrar-se da musiquinha do Mc Donald’s e resolver comprar um Big Mac porque tal lembrança lhe abriu o apetite, saiba que o criador de tal slogan sente-se muito satisfeito por ter alcançado esta façanha.
Hoje nada mais é bonitinho.

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